sábado, 20 de octubre de 2012

Confissões por trás de um velho janelão




Confesiones desde detrás de un viejo ventanal


Confissões por trás de um velho janelão

Texto original em espanhol traduzido pelo Acadêmico Anchieta Antunes

As vezes o
lhávamos sem olhar
olhando-nos a nós mesmos
decifrando as fingidas alegrias
daqueles que percorriam o caminho.
As vezes nos falava o mundo mesmo
esse mundo tão cheio e tão vazio
a nossa estranha solidão de estar vivos
tentando absorver-nos em seu delírio
daqueles que marchavam sem destino.
Muitas outras, fechávamos os olhos
por trás da úmida frialdade da neblina
que acutilava a esperança murcha
daqueles que abrigavam suas misérias.
Em ocasiões, os rostos das noites
nos deslizavam para as tertúlias
daquelas orelhas que nos trariam
os amanheceres do intempestivo,
do condenado e do jogo lírico.
Outras vezes, o reflexo nos devolvia
de nossos olhos seus marcados espelhos
para ferir-nos aguçado no silencio
ao exibir-nos da imagem
que nos tingia desde sua invenção.
Outras tantas, atravessávamos os abismos
desvelando-nos à margem dos sonhos
acreditando conquistar os horizontes
daqueles passos confessos de desejos.
Outras vezes nos vestíamos de luz
ao descalçar-nos desnudos de labirintos
para caminhar desde as cornijas
em equilíbrio mundano do desvario
onde colonizávamos as fronteiras
nas quais os amantes brincam de ser crianças.
Ao final, olhávamos sem olhar
olhando-nos a nós mesmos,
para achar-nos sem piedade
despojados do manifesto que nos revela
que detrás de nossos janelões
e no reflexo de nossos espelhos
o único, real e verdadeiro que nos habita
é o privilegio de sentir-nos donos
da razão e da imaginação implacável
que livra de toda universalidade
nos faz anárquico de nossa liberdade.




 

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